Repúdio a Caio Cunha: nova manifestação é marcada para o dia 28/04 - MC

O ato de repúdio contra o desgoverno de Caio Cunha reforçou ainda mais o que o SINTAP vem percebendo ao longo dos anos: servidores inertes, acomodados. Esperava-se que a manifestação que ocorreu na noite de ontem (19), fosse a resposta que o gestor mogiano precisava ter da categoria sobre o seu índice de reprovação. Contudo, a resposta foi fraca, quase muda por parte dos servidores.

A disseminação de informações conflitantes e boatos sobre invasões em unidades escolares, gerou receio aos pais, que relutaram em levar os filhos para as escolas. Este foi o cenário ideal para a Prefeitura decretar trabalho remoto nos dias 19 e 20 aos profissionais da educação, contribuindo para a desmobilização do protesto.

Para o SINTAP, a propagação de falsa informação não foi o agente causador da desconcentração do ato, apenas o condutor. A junção de trabalho remoto x feriado x desinteresse (este último por grande parte da categoria) foi decisivo para o enfraquecimento do protesto, sendo que este foi exigido e votado em assembleia no sindicato.

Quem ganhou com isso? Sim, a Administração Municipal.

Diferentemente dos servidores, a Prefeitura se organizou mobilizando guardas municipais para fazerem a escolta da unidade móvel de videomonitoramento (até então utilizada para inibir ações impróprias de ambulantes e furtos na área central da cidade), mas que serviu de palco para Toriel Sardinha (Sec. de Segurança Pública), configurando uma certa intimidação aos poucos participantes da manifestação.

O SINTAP não vê e muito menos a categoria deveria encarar intimidações ou ameaças por parte dos gestores municipais como uma novidade. A postura de Caio Cunha não diverge dos seus antecessores, pois desde sempre os servidores sofrem coações, cortes de horas extras, perdas de gratificações, remanejamentos para localidades distantes e outras formas de "punição" como um modo de coibir questionamentos. A surpresa para a entidade foi a postura de servidores (com estabilidade empregatícia), tornarem-se espectadores inanimados frente aos desmandos feitos por um agente sem inteligência emocional ou psicológica para lidar com adversidades, opiniões e posições distintas, fazendo da intimidação a bandeira da sua gestão.

Em que momento os servidores esqueceram que o maior dano a ser causado a eles é exatamente o que está acontecendo? A retirada dos seus direitos e a imobilidade de reivindicar.

Não adianta cobrar que o sindicato lute por direitos se a luta é solitária, unilateral e com a participação de uma pequena parcela que tem consciência dos seus DEVERES. O poder de decisão não depende da entidade, mas dos servidores e o termômetro é exatamente a participação efetiva de TODOS.

Como é possível exigir valorização profissional se não há interesse para que isso aconteça?
Como ter solicitações atendidas se não há solidariedade e empatia com a própria classe em que atua?
Não tem fórmula mágica. Sem reivindicações, a gestão não sabe das necessidades, sem insistência em negociação, as reivindicações não são atendidas, se não tem luta por direitos, não tem melhores condições de trabalho, nem melhores salários, nem valorização profissional, nem qualidade de vida para si ou para a família. Viver de imediatismo e status não é o caminho. Imediatismo e status não garantem futuro promissor.

Categoria inibida, desmotivada, desunida, desacreditada, desinformada é um prato cheio para qualquer "ilusionista" que está no cargo de quatro em quatro anos. Lembrem-se que o "ilusionista" ocupa o cargo temporariamente, ele tem tempo determinado para chegar e sair. E você, quanto tempo ficará no serviço público trabalhando para alcançar a progressão desejada com seus direitos preservados? Isso te preocupa ou te alivia, servidor?

Manifestações, críticas, reivindicações, assembleias no sindicato representam muito mais do que meros sinais de insatisfação da categoria, funcionam como um alerta para a Prefeitura, indicando que problemas devem ser resolvidos. Tornando tudo mais esclarecedor...num universo de quase 7 mil servidores, se apenas uma minoria continuar comparecendo em atos e assembleias decisivas, nenhum gestor municipal tratará a categoria com respeito. Perpetuará o descaso, o deboche e a negligência resultante da falta de união dos servidores.

Um minoria detém o poder, um poder que emana do povo (do todo), que por sua vez fracassa por estar desorganizado.


É imperativo ressaltar que a inércia da categoria não deve ser entendida como incapacidade do SINTAP. Uma coisa é representação jurídica da categoria (realizada pelo sindicato) e outra é o descomprometimento dos seus representados com as causas, lutas e deveres da classe. Enquanto os servidores permanecerem acovardados, descomprometidos, reproduzindo boatos, inverdades e permanecendo na imaturidade sindical, pouco ou nada será conquistado. O sindicato precisa de participação e engajamento de servidores dispostos a ajudar e/ou defender seus direitos, pois antes de criticar, é preciso assinar o atestado de compromisso. A história comprova que os trabalhadores conquistaram seus direitos através de união, lutas e persistência. A estratégia não mudou.

Acreditando numa adesão maior dos servidores, foi marcada uma nova manifestação. Pedimos que os servidores se encaminhem para o local após a jornada de trabalho.

Data: 28/04/2023 (próxima sexta-feira)
Local: Paço Municipal de Mogi das Cruzes
Saída: 19h.

Também frisamos que o sindicato tem interesse em saber de onde partiu os boatos sobre invasões escolares, quem souber, por gentileza, faça o contato.